A humanidade sempre parece ter estado dividida em duas grandes camadas que se entreolham com pasmo ou rejeição. De um lado, os que demonstram uma vontade férrea de julgar, punir e castigar, até mesmo com a eliminação física, todo e qualquer ato ou comportamento supostamente desviante de uma certa norma que este mesmo grupo queira ver como inquestionável. Para estes indivíduos, a humanidade é em si mesma um projeto falido, sendo o homem, com suas fragilidades e pequenezas, um retumbante fracasso social e espiritual.
Para garantir sua zona de conforto, assacam dados supostamente avassaladores: os níveis de violência social, a corrupção em todas as esferas da sociedade, a demonização da Política. Para garantir sua existência, reivindicam uma liberdade sem freios, recusam qualquer contrato social que poderia lhes tolher a realização de desejos e caprichos. Somente a volta a um suposto passado mítico parece ser o caminho a ser seguido e, entre lamúrias e imprecações, clamam pelo que consideram “bons tempos passados”. O ressentimento e até mesmo o ódio são os adubos que fazem crescer sua indignação para com as transformações sociais.
Do outro lado, uma parte desta mesma humanidade, independente do seu grau de instrução, diga-se de passagem, parece mesmo manter vivos os arquétipos fundamentais que mobilizam para uma vida centrada na afetividade. O primeiro, o arquétipo da criança que, apesar das desilusões, não cansa de ter esperanças, e se põe à prova, coração na mão, sem medo de voltar a estender a mão para o próximo, qualquer que seja sua aparência.
É assim, entre luzes e sombras, que caminha a humanidade, desde tempos imemoriais, embora contando com tecnologias inovadoras que são incapazes, por si mesmas, de transformar a história humana
Como Sísifo, esta gente não abandona a crença num mundo melhor e não se furta a traçar estratégias para implantar na terra habitada a justiça social, como todo rebelde que sai em busca das curas do males sociais Ao invés da desconfiança no ser humano, esta parte da humanidade propõe repensar os fundamentos da educação pois sabe que o ser humano é produto da educação que recebeu e que o moldou.
Lutando pela liberdade, não perde de vista que, sem a responsabilidade individual, a vida social se tornaria uma selva onde prevaleceria a lei do mais forte. E, sabem que não há nenhum paraíso a ser buscado, nem no passado nem no futuro: o Planeta terra é sua casa e seu destino e, todos os seus esforços deverão ser dispendidos para que sejam criadas as condições para a prosperidade de todos. E, por isso, começam, cada qual, a reeducar-se para realizar as revoluções necessárias que devem começar dentro de cada um, em escala planetária.
Tateando, por vezes à beira do precipício, a humanidade segue, por vezes retirando a venda dos seus olhos, outras vezes indo ao inferno pensando encontrar a luz, e cabe a cada um de nós escolher se avançamos com o coração aberto, estendendo a mão ao próximo, construindo sonhos de olhos abertos, ou se, fechados em barricadas, continuamos a nos manter isolados, recusando a presença do Outro em nossa vidas, condenados a viver no medo.
É assim, entre luzes e sombras, que caminha a humanidade, desde tempos imemoriais, embora contando com tecnologias inovadoras que são incapazes, por si mesmas, de transformar a história humana.
originalmente publicado in
Ahumanidade sempre parece ter estado dividida em duas grandes camadas que se entreolham com pasmo ou rejeição. De um lado, os que demonstram uma vontade férrea de julgar, punir e castigar, até mesmo com a eliminação física, todo e qualquer ato ou comportamento supostamente desviante de uma certa norma que este mesmo grupo queira ver como inquestionável. Para estes indivíduos, a humanidade é em si mesma um projeto falido, sendo o homem, com suas fragilidades e pequenezas, um retumbante fracasso social e espiritual.
Para garantir sua zona de conforto, assacam dados supostamente avassaladores: os níveis de violência social, a corrupção em todas as esferas da sociedade, a demonização da Política. Para garantir sua existência, reivindicam uma liberdade sem freios, recusam qualquer contrato social que poderia lhes tolher a realização de desejos e caprichos. Somente a volta a um suposto passado mítico parece ser o caminho a ser seguido e, entre lamúrias e imprecações, clamam pelo que consideram “bons tempos passados”. O ressentimento e até mesmo o ódio são os adubos que fazem crescer sua indignação para com as transformações sociais.
Do outro lado, uma parte desta mesma humanidade, independente do seu grau de instrução, diga-se de passagem, parece mesmo manter vivos os arquétipos fundamentais que mobilizam para uma vida centrada na afetividade. O primeiro, o arquétipo da criança que, apesar das desilusões, não cansa de ter esperanças, e se põe à prova, coração na mão, sem medo de voltar a estender a mão para o próximo, qualquer que seja sua aparência.
É assim, entre luzes e sombras, que caminha a humanidade, desde tempos imemoriais, embora contando com tecnologias inovadoras que são incapazes, por si mesmas, de transformar a história humana
Como Sísifo, esta gente não abandona a crença num mundo melhor e não se furta a traçar estratégias para implantar na terra habitada a justiça social, como todo rebelde que sai em busca das curas do males sociais Ao invés da desconfiança no ser humano, esta parte da humanidade propõe repensar os fundamentos da educação pois sabe que o ser humano é produto da educação que recebeu e que o moldou.
Lutando pela liberdade, não perde de vista que, sem a responsabilidade individual, a vida social se tornaria uma selva onde prevaleceria a lei do mais forte. E, sabem que não há nenhum paraíso a ser buscado, nem no passado nem no futuro: o Planeta terra é sua casa e seu destino e, todos os seus esforços deverão ser dispendidos para que sejam criadas as condições para a prosperidade de todos. E, por isso, começam, cada qual, a reeducar-se para realizar as revoluções necessárias que devem começar dentro de cada um, em escala planetária.
Tateando, por vezes à beira do precipício, a humanidade segue, por vezes retirando a venda dos seus olhos, outras vezes indo ao inferno pensando encontrar a luz, e cabe a cada um de nós escolher se avançamos com o coração aberto, estendendo a mão ao próximo, construindo sonhos de olhos abertos, ou se, fechados em barricadas, continuamos a nos manter isolados, recusando a presença do Outro em nossa vidas, condenados a viver no medo.
É assim, entre luzes e sombras, que caminha a humanidade, desde tempos imemoriais, embora contando com tecnologias inovadoras que são incapazes, por si mesmas, de transformar a história humana.
texto originalmente publicado em https://badevalor.com.br/assim-caminha-a-humanidade-entre-luzes-e-sombras/