MEMORIAL DE UM RESILIENTE: O passado no presente.

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De onde olho o mundo para nele melhor poder intervir.

D’ où je regarde le monde pour y mieux pouvoir intervenir.


Filho do “seu” Humberto Perazzo de Oliveira e de dona Nadira de Souza Lima, a Dona Dilce. O mais velho dos irmãos: Ubirajara, Sérgio Augusto, Ana Cristina, Raimundo Nonato e Alessandro Ricardo.

Do casamento com Célia, que partiu deste mundo, inesperadamente, em 2000, tornou-se pai orgulhoso de Humberto Neto e Beatriz, seus dois únicos filhos. Que já lhe deram como netos Kamés e Ramsés, filhos de Bia e André, e João Lucas, filho de Betinho e Jéssica, e de Theo, com Alessandra.

Nascido em Feira de Santana, na rua Paulo VI, Kalilândia, foi morar na Fazenda Ipueira, no distrito de Barra, em Mundo Novo, onde passou grande parte da infância achando-se rico por viver na fartura. Lá, sobre um tosco banco de madeira talhado a enxó, martelo e serrote, o avô Fernando o alfabetizou.

Voltando para a cidade, descobriu o peso da pobreza em seu círculo de ferro. Para fugir da realidade desagradável e triste, buscou primeiro o refúgio na leitura de revistas e livros e depois encontrou outras possibilidades de ser e viver,   através dos livros e do estudo sistemático.

Através dos romances e dos poemas lidos, encontrou o que considera ser os desígnios que o universo lhe oferecia. Decidiu escapar da pobreza e tornar-se “alguém” escapando do abraço de afogado das armadilhas das carências financeiras que condenam o indivíduo à não sair do lugar, a permanecer numa aparente zona de conforto sob a alegação do cansaço pela jornada estafante. Estudou. Estudou. Estudou e ainda estuda

1. No antigo primário, teve como professoras anjos da guarda que intuíram o futuro da criança inteligente e tímida que vinha da roça; através da palavra amorosa, Araiza Alves, Madalena Carvalho e Therezinha Mendonça do Amaral, Diva Aurives Ferreira, sucessivamente, dariam o impulso para que a família incentivasse o menino, poupando-o de colocá-lo no trabalho em tempo integral.

2. No antigo Ginásio Municipal Joselito Amorim, encontrou outros anjos de luz que exerciam a função de professores: Judith Cavalcanti Paixão, Aguinaldo Santos, Joselina Santos…

3. COMO NINGUÉM CHEGA SOZINHO A LUGAR NENHUM

Tive apoios os mais variados: Como estava destinado a estudar, e a família não tendo recursos para banca a estadia na cidade, a teia de solidariedade foi posta em marcha. Primeiro, recebido na casa da tia Maria Niva, ela costureira, o marido motorista de caminhão. Depois, passei dias na casa de uma tia de minha mãe, Neuza, casada com um bom homem, Hermes Queiroz. Depois, enfim, e por fim, em casa de meu tio avô José Ribeiro de Souza, onde cursei quase todo o ginásio.

4. Um anjo da guarda chamado Mayr Carvalho Barreiros, a quem chamava de tia, e amiga de juventude de minha mãe, vendo as dificuldades financeiras da família e oberservando meu desempenho escolar e meu repertório – eu tinha um bom vocabulário pelobom nível de leitura – pagou um Curso de datilografia para mim, o que possibilitou encontrar um emprego melhor remunerado. De fato, deixei de ser office boy de um banco e fui para um escritório, como auxiliar adminsrativo e depois escriturário.

5. Tempos depois, quando fui para Camaçari, encontrei em casa de minha tia avó Marocas, Maria Oliveira Fortes, o abrigo para poder concluir o semestre letivo no Colégio São Tomás deAquino e durante o dia trabalhava na Céramus Bahia S/A,multinacional que me transferiria,a pedido, para Salvador, em 1972, onde recebi a hospitalidade de Genildo Batista da Silva e sua então namorada,Yara, irmã de Israel Pinheiro que estava de viagem para o México onde faria sua pós=graduação.

3. Devendo trabalhar para contribuir para o sustento da família, cursou a 8ª série do ensino fundamental no curso noturno do Ginásio Municipal e no ano seguinte Iniciou o curso de Contabilidade, no Colégio Estadual de Feira de Santana, passando depois a estudar em Camaçari (Colégio São Tomás de Aquino) e posteriormente em Salvador, no Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas, na Mouraria.

4. Com o incentivo dos amigos Genildo Batista da Silva, Sadaaki Yamashita, Vladimir Oganauskas e de sua primeira companheira Célia Oliveira, ingressou no Curso de Filosofia, através de vestibular na UCSAL, enquanto trabalhava numa indústria em Camaçari.

6. Voltando para Feira de Santana, com Célia, criaram a Escola Dalle Nogare, primeira unidade escolar orientada pelos estudos de Paulo Freire, Carl Rogers e  Pietro Dalle Nogare, buscando desenvolver as noções indissociáveis de liberdade e responsabilidade. oferecendo um serviço de psico-pedagogia inaugural em Feira de Santana. Esta ousadia levaria a escola a ser vista como sendo para “alunos com problemas” (rsrsrsrsr) Eram os anos de chumbo, 1979 cheio de protestos e repressões, onde a palavra liberdade se associava à baderna, balbúrdia, confusão e caos.

6. Ao tempo em que exercia as funções de professor de ensino fundamental e médio e atuava na direção de unidades de ensino particular Escola Dalle Nogare, e Colégio estadual Durvalina Carneiro, cursou LETRAS COM FRANCÊS na UEFS.

7. 1989 é nomeado Coordenador Administrativo da antiga Direc 2, atual Núcleo Regional de educação do Estado da Bahia.

8.Em1989. pede exoneração da DIREC. Aprovado novo Concurso público, torna-se e Técnico em Assuntos culturais, lotado na Gerência de Vida Universitária.

9. 1990,  é nomeado Coordenador de Assuntos Estudantis, da UEFS, sendo responsável, ao lado do Engenheiro Antonio Mario Rordrigues Souza para encontrar recursos juntos às Prefeituras do entorno de Feira de Santana, para a implantação da Residência Universitária,

10.  Em 1991. Passa a ser coordenador do núcleo de cultura da UEFS, liderando uma equipe composta por Gemicrê Nascimento, José de Assis Freitas Filho, Maria Rita Carneiro Suzarte, Valdomiro Lopes Marinho e Lindinalva Borges.

12. Aprovado em Concurso público Professor de Filosofia da rede estadual de ensino da Bahia; será nomeado para Lecionar Geografia no Colégio Estadual de Feira Santana,no turno noturno. O desvio de função só seria evitado como o pedido de disposição para UEFS.

13. Entre 1991-92 torna-se Assessor da Vice Reitoria que se responsabilizaria pelos estudos de implantação da Assessoria de cooperação internacional e da UATI universidade aberta à Terceira idade, projetos acalentados pela visão acadêmica ousada do então Vice-Reitor Prof. Joaquim Pondé Filho; e do Reitor Prof. Josué Mello.

12. 1993. Através de concurso público torna-se Professor Auxiliar de Língua e Literaturas francesas do Departamento de Letras e Artes da UEFS.

13.Eleito Coordenador do Colegiado dos Cursos de Letras vida UEFS;

13.1994. Inicia a Especialização em Estudos Literários (UNEB-UFBA) que conclui em 1995.

14. Em 1995, inicia o Mestrado em Letras na UFBA que conclui em 1998.

15. Cria o Núcleo de estudos canadenses da UEFS para cuja coordenação é nomeado pela então reitora Profa.Anaci Bispo Paim.

16. Em 1999 inicia doutorado na UFPE.

17. 2000. Visita o Canadá através de uma bolsa de pesquisa de curta duração.

18. Interrope sua viagem ao Canadá   diante do inesperado falecimento de Célia.

18.Em 2001, interrompe seu Doutorado na UFPE;

19. Começa a atuar também como professor de Ética, Filosofia e Metodologia da Pesquisa Científica em instituições privadas de ensino superior ( FTC, FAT e FAN) e na própria UEFS onde pediu redução de carga horária de DE para 40 horas.

20. Em 2003, recuperando o regime de Dedicação exclusiva na UEFS, abandona o trabalho nas faculdades particulares;

21. 2004, inicia seu doutorado na université d’Artois, sob a direção do Prof.Alain Vuillemin

22: realiza intercâmbio na Université d’Artois, onde leciona Communication interculturelle de 08 de fevereiro a 04 de abril de 2004, e participa de Seminários internacionais;

23. Em 2006, reencontra em Ana Lucia o amor;

23.Em2009, conclui seu DOUTORADO EM LITERATURA COMPARADA na UNIVERSITÉ D’ ARTOIS, na França.

25. Em 2009 cria o NECLFAAM Núcleo de Estudos em Literaturas e Culturas franco-afro-americanas que congrega pesquisadores de várias universidades estrangeiras e realiza, bi-anualmente, os Seminário da francofonia, Seminário Brasil-Canadá de estudos comparados e o Colóquio internacional de estudos comparados, cuja última edição versou sobre O Indivíduo, o Coletivo e a Comunidade, no período de 16 a 18 de junho de 2015, na UEFS. Os textos selecionados foram publicados em Bucareste, sob a organização de Mihaela Chapelan e Humberto de Oliveira.

26. Em 2017, com o tema Partilhar, realiza mais um evento internacional cujos melhores trabalhos são publicados no livro Le Partage en question, pela editora L’ Harmattan, em Paris, com a parceria de ANo antigo Ginásio Municipal Joselito Amorim, encontrou outros anjos de luz que exerciam a funçãoles Vrbata e Ayaovi Xolali Moumouni-Agboke.

27. Em agosto de 2019 realiza, na UEFS, o V Colóquio internacional de estudos comparados: cultura e diversidade cultural, com participação das Universidades estrangeiras: Université de Cadi Ayyad (Marrocos) e Université de Lomé (Togo), respectivamente com as participações dos colegas Ayaovi Xolali Moumouni-Agboke e Abdelaziz Amraoui.

28: Em 2019 conclui seu estágio de Pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura contemporânea da Universidade Federal da Bahia sob a supervisão inicial de Prof. Dr. Igor Rossoni e concluindo com a supervisão de Profa. Dra. Marlene Holzhausen, com o projeto ENSINO DA LITERATURA CONTRA O ENFEITIÇAMENTO DO CINISMO: UMA PROPOSTA INGÊNUA, MAS INTELECTUALMENTE HONESTA, OU LENDO OS REALISTAS DESDE BALZAC PARA ENSINAR A SER E A VIVER JUNTO.

29: Elabora a chamada, em 4 línguas, para os eventos científicos que deverão ocorrer em junho de 2020: XIII Seminário Brasil-Canadá de Estudos Comparados, XIII Seminário da Francofonia e o VI Colóquio Internacional de Estudos Comparados, com o tema: BREVIÁRIO PARA COMBATER O ENFEITIÇAMENTO DO DESENCANTAMENTO DO MUNDO. APRENDER A SER E A VIVER JUNTO EM NARRATIVAS LITERÁRIAS.

30. A pandemia o faz aprender a usar novas tecnologias e atua como professor com aulas on line,sem conflitos. Intui, claramente, que uma nova realidade se desenhava. Realiza os seminários internacionaisi sem custos e sem estresses, virtualmente, com mais de 1000 inscritos e dezenas de comunicações e conferências, mesas redondas, lançamentos de livros e ouras atividades.

31. Aposenta-se da UEFS como professor titular de Língua e Literatura francesas, sem retornar à UEFS para aulas presenciais. A implantação de um marcapasso o liberou de apresentar-se para trabalhar antes da aposentadoria.

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